A contabilidade no terceiro setor é essencial para quem deseja ter uma gestão eficiente. Ela garante a transparência das organizações e também se torna útil para quem precisa buscar investimentos e apoios financeiros.
Quais são essas instituições? Organizações não governamentais (ONGs) e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS), ou seja, aquelas que desenvolvem ações de interesse público e não têm como objetivo o lucro.
Ainda tem dúvidas se você deve se preocupar tanto com a gestão contábil no terceiro setor? A seguir, explicamos os principais motivos para dar atenção a esse fator. Vamos lá?
Por que se preocupar com a prestação de contas no terceiro setor?
Cuidar das demonstrações contábeis é uma forma de mostrar para a sociedade que a organização é séria e transparente. Quem depende de doações governamentais e apoio da população precisa ter ainda mais atenção às finanças, pagamento de salários e à prestação de contas.
Quando uma ONG ou OSCIP não consegue fazer a gestão contábil de forma adequada perde a confiança da população e das entidades governamentais, o que impacta diretamente no recebimento de recursos, doações e na continuidade das suas atividades. Logo, toda a sociedade perde com a falta da prestação do serviço.
Como melhorar a contabilidade no terceiro setor?
Separamos alguns passos para você conseguir organizar melhor a contabilidade no terceiro setor. Confira!
1. Realizar um planejamento
Crie um planejamento de todas as atividades que serão realizadas pela organização durante o ano. Cadastre o orçamento necessário para cada projeto, bem como as possíveis fontes de recursos.
Fique atento às restrições impostas aos valores que podem ser gastos com a contratação de pessoas, compra de material ou equipamentos para não infringir as regras. Isso também é fundamental para manter a credibilidade da instituição e continuar recebendo doações.
A partir dessas anotações, é possível fazer a cotação de preços em diferentes empresas para conseguir as melhores propostas. Depois, é só manter o controle do orçamento. durante o ano. Lembre-se também de sempre solicitar a nota fiscal para conseguir fazer a prestação de contas no futuro.
Você também pode dar atenção aos custos da organização para saber quais são essenciais e aquelas que podem ser reduzidos. Muitas vezes, práticas simples como apagar as luzes ao sair da sala, trocar copos plásticos pelos de vidro e reduzir a impressão de papel auxiliam na redução de custos e melhoram a gestão financeira da entidade.
2. Separar as contas
Jamais misture as contas pessoais com as da instituição. Esse é um fator imprescindível para manter a organização financeira e a transparência do trabalho.
Além disso, você deve separar os valores por centro de custos, indicando quais são as receitas e despesas, bem como a origem de cada pagamento. Assim, se em algum momento alguma pessoa questionar qualquer valor você saberá responder com clareza e objetividade.
3. Conhecer a legislação
A Lei 13.019 regulamenta as parcerias entre a administração pública e as organizações do terceiro setor, incluindo regras para a transferência de recursos financeiros.
Portanto, quem administra uma entidade precisa conhecer muito bem a legislação e atender todas as regras impostas por ela. Entre as normativas estão a necessidade de firmar um termo de colaboração entre as partes, divulgar claramente os recursos financeiros que foram destinados para a instituição, bem como os planos de trabalho a serem executados. E tudo isso exige muita organização por parte do gestor e controle financeiro.
4. Fazer as demonstrações contábeis com efetividade
Se você não tem conhecimento em demonstrações contábeis, o mais indicado é buscar o auxílio de um profissional da área. Isso porque é muito importante conhecer as Normas Brasileiras de Contabilidade para saber realizar todos os relatórios corretamente.
No terceiro setor existem algumas peculiaridades como a ausência de lucro. Portanto, qualquer resultado positivo precisa ser registrado como superávit e não pode ser destinado ao gestor da instituição. Já o resultado negativo é visto como déficit. Além disso, o que seria considerado como patrimônio líquido na iniciativa privada é entendido como patrimônio social.
Tudo isso só pode ser calculado e identificado no relatório se o gestor realizar todos os registros de recebimentos e pagamentos ao longo do ano, bem como agrupar as notas fiscais. Portanto, se existem dúvidas em relação aos processos ou organização dessas informações o mais correto é procurar o apoio de um contador.
5. Tornar as demonstrações contábeis públicas
Uma particularidade da contabilidade no terceiro setor é a necessidade de garantir a transparência de suas ações. Afinal, o dinheiro investido é oriundo de instituições governamentais e doações de pessoas físicas e todos têm direito e interesse em saber como o dinheiro foi aplicado.
Sendo assim, procure criar relatórios mensais com todas as informações contábeis e o resultado de cada projeto realizado pela entidade. Essa é uma maneira de demonstrar os benefícios obtidos com o dinheiro recebido pela organização.
Se for possível, publique esses relatórios no site para que qualquer cidadão possa conhecer melhor o trabalho da entidade. Além disso, encaminhe esses dados para todos os doadores para apresentar os resultados e as vantagens de continuar apoiando a organização.
Vale lembrar que a legislação impede a celebração de nova parceria com entidades que não fizeram a prestação de contas em ocasiões anteriores, que demonstraram qualquer irregularidade ou que tiveram as contas rejeitadas pela Administração Pública nos últimos cinco anos.
Portanto, todo cuidado é essencial na hora de realizar o registro dos pagamentos e recebimentos, uso do dinheiro público e elaboração das demonstrações contábeis.
6. Usar a tecnologia
A tecnologia pode ser uma aliada na hora de organizar melhor as finanças e a contabilidade no terceiro setor. Muitas plataformas oferecem um fluxo contínuo de informações, facilitando o controle das receitas, despesas e orçamentos.
O Netsuite, por exemplo, permite o gerenciamento global de todas as informações financeiras e possibilita a criação de regras automatizadas de faturamento. Isso deixa a gestão da contabilidade no terceiro setor muito mais simples e eficiente, o que evita problemas com a prestação de contas.
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